29/06/2021

A Chave para a Sua Vida



“É isso que o amor é? 
 Eu nem sabia disso 
 Foi você que fez meu coração bater 
 Eu pensei que estava febril por conta de um resfriado 
 Eu pensei que havia jogado e virado toda a noite, porque eu estava doente 

Por causa do amor que você me deu 
Eu nem consigo adormecer, o que eu faço 

Vamos olhar para o mesmo lugar 
E viver um amor inacreditável 

Fique ao meu lado assim 
Você não pode continuar sem mim 
Mesmo que estejamos separados por um momento”

— Please Say Something, Even Though It Is a Lie (Park Boram) 

 ♥ 더블유 ♥

Yeon Joo suspirou tristemente, enquanto as mãos enluvadas tratavam de lavar os poucos pratos sujos que haviam dentro da pia. A luz solar oriunda da janela iluminava sua face, fazendo com que a lágrima solitária que escorria pelo olho, brilhasse como um cristal. Ao senti-la, rapidamente enxugou os olhos com o ombro. Engoliu em seco e tentou reprimir aquele sentimento. Chorar não adiantaria de nada, ela sabia, todavia, era quase que incontrolável a ânsia que sentia.

Ali, em meio às lembranças que a afligiam, estremeceu, assustada, ao sentir o inesperado toque das tão conhecidas mãos de seu marido, que rodeavam sua cintura e a abraçavam. 

Olhou para trás e o viu esboçar um lindo sorriso, agarrado a si. 

— Omo!! É você, Kang Cheol! Quer me matar do coração?? — disse com a mão no peito, virando em direção a ele, que a observava com seu típico olhar brincalhão. 

— Ahh, eu nunca ousaria fazer tamanha maldade com a mulher que eu amo. — respondeu, alargando o sorriso descontraído. — Só senti uma inexplicável vontade de te abraçar.

A frase havia soado incrivelmente doce, contrastando com sua expressão, que exalava ternura em direção à esposa.

Yeon Joo esboçou um sorriso fraco diante àquelas palavras. Somente seu marido tinha a capacidade de confortá-la e fazê-la feliz mesmo naqueles momentos. 

— Quando chegou? — ela perguntou. — Não tinha ouvido a porta abrir. 

— Agora. Você estava tão concentrada em seus pensamentos que nem mesmo me ouviu. — falou, assumindo um ar suavemente provocativo, embora, no fundo, estivesse preocupado. 

— Entendi… — disse ela, um pouco desconcertada pela situação. 

Kang Cheol não precisou perguntar o que causava a expressão cabisbaixa da esposa, bem como o rastro úmido que traçava sua bochecha. Sabia bem o que motivava toda aquela tristeza, tendo em vista que era uma data melancólica inclusive para ele.

Vê-la deprimida era algo que doía profundamente em seu coração, portanto precisava animá-la como bem podia e sabia fazer.

— Você está de folga do hospital hoje, certo? — ele inquiriu; ela assentiu. — Estava pensando em sairemos numa viagem romântica para o campo. O que acha? Só eu e você, mais ninguém… — sorriu galanteador ao fim da frase.

— Uma viagem? — ela perguntou, estranhando a súbita proposta.

— Hmmm...Não tenho nenhuma lembrança de termos ido ao campo juntos. — disse com muita simplicidade. — Vamos, querida, vai ser bom respirar um ar fresco. — fez um biquinho adorável, sabendo o grande poder que aquele simples gesto exercia sobre a esposa.

Ela exitou um pouco, mas logo falou: 

— Está bem. Depois que terminar os pratos, vou tomar um banho e trocar de roupa. 

Não estava com muito ânimo para sair, mas talvez seu marido estivesse certo. Um ambiente tranquilo poderia fazer sua mente espairecer. 

— Ótimo. — ele sorriu com ânimo, afastando-se dela e indo em direção ao quarto que compartilhavam juntos. — Tenho certeza de que você vai gostar. — foi o que declarou vigorosamente, antes de dar as costas e adentrar o cômodo para fazer a mala.

Ela sorriu fraco, voltando à sua tarefa anterior. 

 ♥ 더블유 ♥ 

Kang Cheol dirigiu em companhia de Yeon Joo por aproximadamente duas horas, até chegarem numa agradável e aconchegante pousada situada em meio a uma reserva florestal perene, rodeada por um rio. Durante os poucos quilômetros não trocaram muitas palavras. Ele preferiu manter o silêncio, tendo em vista que a moça não parecia muito disposta a conversar no momento, preferindo observar a vista pela janela. Ficava preocupado quando a via muito séria e pensativa, mas respeitava seu espaço. Desse modo, apenas apreciava sua companhia, sorrindo vez ou outra pelo simples fato de estar ali, com ela, aproveitando a oportunidade para também pensar no que iria fazer para alegrá-la ao longo daquele dia.

 — Que lindo. — foi a primeira coisa que Yeon Joo falou, assim que desceu do carro e deparou-se com o ambiente encantador ao seu redor. 

Kang Cheol deu uma risadinha.

O chalé diante deles era de madeira amarronzada, composto por um telhado simples com chaminé de tijolos e duas janelas em sua entrada. Frente a ele, haviam arbustos de flores brancas, harmonizando ainda mais com aquele cenário digno de contos de fada.

— Eu sabia que você ia gostar. — ele falou de pé ao seu lado. — Sempre quis te levar a um lugar assim. — revelou, sorrindo meigo.

Yeon Joo sorriu fraco, ainda estava triste, mas uma centelha de bem estar lhe acometeu quando as lembranças de quando um guarda-costas bastante apessoado a fez uma visita, no tempo em que esteve presa. Seo Do Yoon estivera ali a mando de Kang Cheol, que designou-lhe o papel de informá-la quatro opções de encontros aos quais ele, o presidente da JN Global, estava disposto a levá-la, a fim de agradecê-la por ter salvo a sua vida. Dentre as tentadoras opções, a segunda era justamente uma viagem romântica para o campo; apenas os dois. Na época não havia sentido um verdadeiro interesse por aquela programação, — confessava, a quarta havia sido a preferida, embora nunca tenha revelado aquilo abertamente — mas ali, no presente momento, em meio àquela calmaria, sentiu-se agradecida por estar ali.

Komawo¹, querido. — ela disse, sorrindo de volta. 

— Vem, vamos entrar! — bem humorado ele a puxou pela mão e a guiou consigo rumo à casa.

Kang Cheol tirou um molho de chaves de dentro do bolso e abriu a porta, revelando o simples e acolhedor interior do imóvel, que cheirava a pinho fresco e natureza.

O ambiente interno era de todo semelhante a uma casa de bonecas e, por algum motivo que não sabia dizer, Yeon Joo relembrou-se dos tempos em que estivera dentro do mundo do manhwa. Possivelmente o associara com algum tipo de fantasia, tal como era o universo em que estivera. 

As paredes eram brancas e repletas de pequenos quadros coloridos de temática campestre e fantasiosa. Dois sofás de cor creme, posicionados frente um do outro, adornavam a pequena sala, dando-lhe um ar hospitaleiro, associado à pequena mesa de centro que jazia acima de um extenso tapete artesanal feito em patchwork.

— Você deve estar cansada da viagem. Quer comer alguma coisa? — o moreno retrucou assim que chegaram no meio da sala, próxima à simples e organizada cozinha americana. 

— Não estou com fome. — ela forçou um sorriso, tentando mostrar que estava bem.

Kang Cheol fingiu não perceber a expressão sem ânimo que ela exibia. Desde que aparecera em sua vida, Yeon Joo mostrava-se como uma mulher simplesmente feliz, do tipo boba e que se animava facilmente com qualquer coisa, desde eventos sociais à comida. Gostava dela ser daquele jeitinho inocente, maluco e charmosamente idiota, como a designara assim que a conheceu. Estavam casados há pouco mais de sete meses, segundo a cronologia do universo dela, e vê-la daquele jeito triste fazia-o lembrar do difícil período que ela viveu quando ele a havia convencido a transformar todos os momentos vividos por eles, num mero sonho, fazendo com que se esquecesse dela. Como se arrependia daquilo! A triste expressão que ela carregava no rosto ainda era fresca na memória.

— Hmm… Então porque não vamos lá pra fora? — ele propôs, exibindo um sorriso caloroso. — Há um rio aqui por perto. 

Ela balançou a cabeça e logo seu marido a guiou consigo rumo ao local. 

 ♥ 더블유 ♥

Com os pés descalços submersos dentro da água, Yeon Joo fechou os olhos e relaxou, permitindo que o vento fresco acariciasse a pele de seu rosto e assanhasse sua franja. Inalou o ar puro e deixou-o resfriar seus pensamentos.

Abriu os olhos após algum tempo e deparou-se com Kang Cheol a observando. Sentado em posição igual ao seu lado, ele a olhava com um sorriso afetuoso, sem mostrar os dentes.

— Hoje é o aniversário dele, não é? — ele perguntou suavemente, trazendo à tona o motivo da tristeza de sua esposa.

— Uhum... — ela murmurou, sorrindo fraco, observando o imenso horizonte verde à sua frente. — Às vezes eu penso que serei surpreendida com o meu pai chegando em casa, mas eu sei que isso nunca vai acontecer. — engoliu em seco, as bochechas ficando cada vez mais coradas. — Sinto tanta falta dele…

Seu pai não havia sido um dos melhores. Lembrava-se das inúmeras vezes em que, ainda menina, presenciou as brigas dele com sua mãe, bem como as vezes em que ele, um bêbado fracassado, a fez sair de casa à noite para comprar soju e sustentar seu vício. As memórias boas que possuía dele podiam ser contadas a dedo, no entanto, eram elas que a faziam amá-lo. Ainda que tivesse falhado muitas vezes na vida, ela o amava. Demais. Não se importava com quantos pecados ele havia cometido ao longo de sua trajetória, pois no final ele era apenas um pobre e atormentado homem que não soubera conduzir sabiamente a própria vida.

Naquele momento, lágrimas começaram a descer por seus olhos e nada pôde fazer para impedi-las. A dor da saudade havia falado mais alto e feito com que ruísse de vez a ela. 

Kang Cheol não demorou a puxá-la em direção ao seu peito e acalentá-la, permitindo que chorasse ali, segura.

Eu só queria ter visto ele uma última vez… — verbalizou abafada contra o peitoral do marido, os olhos transbordando em lágrimas. — Ter dito que o amava…

Kang Cheol afagou-lhe as costas, sem nada dizer. Conhecia a dor da perda como ninguém. Em um único e fatídico dia, teve toda a família arrancada de si. Faltavam palavras para expressar toda a cólera e tormento que sentira, bem como a culpa de não ter estado ali para impedir suas mortes.

E no final ele nada mais era do que um órfão. Desde o começo sua família nunca havia existido. Era apenas um desenho que ganhou vida pela ponta da caneta stylus de um alcólatra


Seu mundo havia desabado quando soube que sua vida nada mais era do que entretenimento para milhares de civis. O choque de saber que era o protagonista de um manhwa de sucesso, não foi maior do que saber que o maldito que ousara agir como um deus em sua vida, era ninguém menos do que o pai da mulher que um dia o havia salvo na cobertura do hotel Promenade Seul, perfurando-o com uma caneta e devolvendo-lhe o ar — contraditória a seu pai que, momentos antes, havia tentado matá-lo mais uma vez.

Incontáveis vezes aquele homem se mostrara odioso, Kang Cheol relembrava. Oh Seong Moo foi capaz de enfurecê-lo até tal ponto, que o fez ir contra os seus princípios morais e concretizar algo que viria a se arrepender profundamente no futuro: ferir alguém indefeso e desarmado. Era verdade que não desejara matá-lo e desviou a mira do coração, mas sabia que não havia justificativa para seu ato. O homem poderia ter morrido e a culpa teria sido inteiramente sua. Mesmo nunca tendo se sentido tentado a pedir desculpas a ele pelo que fizera, sabia que nunca teria coragem de olhar para Yeon Joo, caso o pai dela viesse a óbito por conta dele.

Yeon Joo: A médica inata que um dia intitulara como a maior e mais bela psicopata que já conheceu. A mulher que se considerava sua maior fã. Aquela que desejava, mais do que ninguém, que ele tivesse um final feliz

 A mulher a quem amava

“A partir de agora, a sua vida não é mais obra do meu pai. Aquilo acabou completamente. A partir de agora, pense nisto como uma continuação que estamos fazendo juntos. Meu gosto é diferente do dele. Casos de assassinatos, vinganças, tiroteios e suspenses… Realmente odeio todos esses tipos de coisas! Meu gosto é um doce romance.” Foi o que a moça lhe dissera quando estava sendo escoltada novamente para a cadeia, fazendo-o chorar. 

— Appa não teve sequer um velório digno, com direito ao corpo. Tudo o que recebeu foi um memorial improvisado feito em segredo por mim e pelo Soo Bong… — ela soluçava ao relembrar a triste cerimônia realizada com o auxílio do amigo, dentro da casa de seu pai.

Para o mundo, seu pai estava desaparecido. Apenas isso. Não podiam revelar que ele morreu num universo alternativo e sumido como mágica, sem deixar rastros. Era tão cruel! 

Ouvi-la dizer aquilo com tanta angústia fez o coração de Kang despedaçar. Lembrou-se do quão desconsolado o seu sogro estivera no dia em que Yeon Joo morreu, decorrente do tiro disparado pelo vilão de W; este que compartilhava o mesmo rosto de Oh Seong Moo. Na época, o pobre homem ficara tão desconsolado com a notícia do falecimento da filha, que cogitou a possibilidade de se jogar do alto do prédio hospitalar em que estivera internado. Estava desolado e só não morreu porque Kang chegara ali e o impedira de se matar.

“Você provavelmente não sabe o que a Yeon Joo significa pra mim.” o rapaz disse, sentado ao lado do sogro na cobertura do hospital, logo depois de o resgatar. “Yeon Joo é minha única família. Não a família falsa que você criou, mas uma verdadeira família, com essência. Não aquelas memórias fabricadas, mas memórias verdadeiras que compartilhamos juntos. Não um destino pré-determinado, mas um destino que eu mesmo escolhi, pela primeira vez na minha vida, com minha própria vontade. É por isso que não posso desistir. Yeon Joo é a prova de que sou uma pessoa, como você e ela. Que eu sou um ser humano. É por isso que eu, com certeza, vou salvar sua filha e viver feliz ao lado dela! Desta vez não desistirei. Ninguém pode me fazer desistir. Eu vou dar a volta por cima e vencer com toda a certeza. E o final será feliz, custe o que custar.”

Era uma lembrança vívida. 


Depois daquilo, Seong Moo foi instruído por Kang Cheol a desenhar a filha dentro do universo do manhwa, explicando-lhe que por ela ser a protagonista de W, ele seria capaz de revivê-la, tal como acontecera com o próprio Kang Cheol algumas vezes.

E sua amada Yeon Joo reviveu, graças a seu pai. 

No final das contas já não odiava mais Seong Moo. Não havia esquecido toda a dor que ele lhe infligira, mas conseguira perdoá-lo. Chegara até mesmo a desenvolver algum respeito e afeto por ele, que no final, mostrou estar mudado.

“Ah sim, agora sua vida também é importante pra mim. Não como o deus que me criou, mas como o pai da minha esposa. Você já faz parte da minha família. Você pode não reconhecer ainda, mas para mim é assim. Por isso, não faça mais aquilo que estava tentando fazer antes, por favor! Ok?” Kang Cheol falou sorrindo, enquanto carregava o sogro debilitado nas costas, de volta ao quarto do hospital, minutos depois de salvá-lo.

Depois de muitas voltas e reviravoltas do destino, o pobre homem sofreu com transtorno de dupla personalidade, assumindo algumas vezes a identidade do vilão com quem havia se fundido.

Suas últimas memórias de Oh Seong Moo eram de um senhor fortemente amordaçado à cama, subnutrido, empalidecido e com os lábios rachados, que implorava-lhe, às escondidas da filha, que o deixasse morrer, tendo em vista que os dois não podiam coexistir naquele mundo. Estava atormentado e dizia que já não era capaz de seguir em frente com todos aqueles assassinatos que carregava nas costas; frutos de sua delicada condição psicológica.

No final de tudo, Oh Seong Moo não era mau. Era apenas alguém que não soubera fazer as escolhas certas em sua vida. Alguém digno de compaixão.

— Eu conheço a sua dor. — Kang murmurou com um olhar distante, afagando o topo da cabeça da esposa, que tremia contra seu peito. — Também não consegui me despedir de minha família. O velório ocorreu de forma bastante breve, com apenas alguns poucos conhecidos. Não recebi quaisquer abraços ou consolações. — lamentou, sorrindo fraco. — Que tipo de assassino deveria ser confortado após matar a própria família?

Yeon Joo sentiu a voz do amado tornar-se mais sombria; melancólica. Tratou de erguer o rosto vagarosamente e olhá-lo.

— Você sofreu tanto… — ela disse ainda em lágrimas, tocando-lhe o rosto efemeramente. — Estou aqui agora me lamentando pelo homem que tirou tudo de você. Deve ser difícil demais, não é?

— Na verdade não é mais. — confessou, exibindo um sorriso reconfortante enquanto sentia o toque da delicada mão em sua bochecha. — Eu perdoei seu pai, Yeon Joo. Ele se arrependeu e depois de algum tempo aprendi a gostar verdadeiramente dele. — olhou o horizonte por alguns segundos, voltando-se para ela em seguida. — Graças a ele, hoje nós dois estamos aqui. Ele te deu a vida duas vezes, e nem todo o dinheiro do mundo pagaria seu gesto. — sorriu, emocionado.

Imitou o gesto da esposa e tocou-lhe a face, alargando o sorriso terno em direção a ela. Amava-a tanto que sentia que todo aquele sentimento excedia o tamanho de seu corpo.

— Oh Seong Moo te amou demais, Yeon Joo. Nunca esqueça disso. — inclinou-se em direção à testa da esposa e a beijou demoradamente no local.

— Sim, eu sei. — ela fechou os olhos, deixando mais lágrimas descerem.

Yeon Joo nunca saberia daquilo, mas a verdade era que seu pai a tinha visto uma última vez antes de migrar daquele mundo. Havia eternizado-a em seu coração e sentiu alívio em saber que ela estaria em tão boas mãos. Kang Cheol, que traduzia-se como Aço temperado, era tudo o que ele, como homem e pai, não havia conseguido ser, portanto, sabia que o jovem seria capaz de protegê-la e amá-la. Ele havia sorrido antes de partir e disse que a amava.

Sim, Oh Seong Moo a havia amado e compreendido a essência de ser pai.

— Obrigada, meu amor. — ela abraçou-o ali, sentada sobre a grama, apoiando o queixo acima do ombro do marido.

— Não há de quê, minha linda. — ele sussurrou, deixando uma lágrima solitária escorrer pelo olho.

Depois daquilo, Kang Cheol teve a ideia de rezarem em conjunto pela alma do falecido desenhista. De mãos dadas o casal disse que sentia a falta do homem e que desejavam que ele alcançasse a paz. Enfatizaram o quanto se amavam e o quão bem e felizes estavam juntos, agradecendo-no pela vida que ele havia lhes dado. 

Yeon Joo terminou a despedida sorrindo em direção ao marido, agradecendo-o de forma silenciosa enquanto permaneciam em pé, de mãos unidas; as alianças prateadas refletindo a acolhedora luz que neles pairava. 

 ♥ 더블유 ♥ 

Depois de toda aquela comoção, o jovem casal finalmente se permitiu aproveitar daquela viagem e se divertir. Já sorrindo, Yeon Joo tratou de cozinhar espaguete com o auxílio do marido, que embora ainda estivesse aprendendo a fazer coisas na cozinha, ao menos conseguia cortar os legumes. Após a refeição, passaram o resto da tarde explorando o que a natureza ao redor tinha a lhes oferecer. Observaram as colinas e os pássaros, brincaram como duas crianças, correram pela grama, tomaram sorvete, flertaram e trocaram alguns beijinhos, e até mesmo fizeram um piquenique à noite, com direito a uma pequena fogueira na qual assaram salsichas.

O dia havia passado incrivelmente rápido, e Yeon Joo perguntou-se mentalmente se ela e seu marido viveriam mais dias lindos e inesquecíveis como aquele. 

Ah, como o amava!

Kang Cheol era seu porto-seguro. Seu melhor amigo e grande amor. Graças a ele havia sido capaz de transformar um dia triste, em uma data alegre. Faltavam-lhe palavras para descrever o quão especial ele era em sua vida.

— Eu posso saber do que está sorrindo? — o moreno perguntou curioso, enquanto saía de dentro da suíte ainda de roupão. Um sorriso brincalhão e um tanto charmoso adornava os lábios carnudos, enquanto ele enxugava os cabelos molhados com uma toalha de rosto.

Ele era tão lindo. Kang Cheol era aquele que um dia, quando era ainda uma criança, havia desenhado como o seu homem dos sonhos. Com exceção de que ele excedia, e muito, a beleza e a personalidade que idealizara.

— Só estava pensando sobre o dia que tivemos hoje. — ela respondeu um pouco tímida, sentada na ponta da espaçosa cama, observando o belo homem frente a si, que cheirava a shampoo e loção pós-banho. — Eu me diverti bastante. — sorriu.

Ele deu um risinho discreto, notando o sutil rubor nas bochechas da esposa, que observava parte de seu peitoral exposto pelo decote do roupão. Ela era uma gracinha!

— Podemos fazer esse tipo de coisas mais vezes, quando tivermos tempo. — ele propôs docemente. — Eu amo te ver feliz. — sorriu largo, encolhendo os olhos.

Yeon Joo sorriu.

— Você ainda guarda aquela listinha, não é? — ela perguntou carinhosamente, referindo-se ao livro de Coisas Fofas que um Homem Pode Fazer para Agradar a Namorada, que Kang Cheol havia comprado tempos atrás no universo de W, quando haviam acabado de se casar no civil.

— Como descobriu isso? — ele disse, um pouco surpreso por ter seu segredo exposto.

— Muitas das coisas as quais fizemos hoje haviam sido marcadas por mim naquele livro. — a moça sorriu, lembrando-se das numerosas páginas as quais havia selecionado.

— Ah, eu comprei uma versão dele aqui nesse universo. — revelou, indo até ela e sentando-se ao seu lado na cama. — Pretendo realizar todos os seus desejos, Yeon Joo, ainda que aos poucos.

Ela sorriu ao ver toda a atenção que o marido lhe dedicava. Como era sortuda em ter alguém como ele em sua vida! Mesmo com toda a correria do dia a dia, ele sempre estava ali, ao seu lado, incentivando-lhe com gestos e palavras.

Na primeira vez que o viu pessoalmente, envolto na poça de seu próprio sangue, na cobertura daquele hotel, ela compreendeu que o amava e que estaria disposta a tudo para dar-lhe um final feliz. Não foi atoa que logo converteu-se em uma personagem importante, que o salvou uma segunda vez quando uma enfermeira do hospital em que ele se encontrava internado, tentou injetar potássio em sua corrente sanguínea.

Eles sempre estariam ali um para o outro.

No dia em que Kang Cheol finalmente descobriu a triste verdade de sua existência, a primeira pessoa por quem havia procurado era Yeon Joo, sua noiva. Na entrada do hospital em que trabalhava, ele a beijou de forma intensa e inesperada, tocando-lhe o rosto com uma das mãos e puxando-a pela cintura em direção a ele.

“Por que fez isso?” Ela perguntou após o beijo, atordoada mas ainda assim feliz.

“Se eu fosse te dizer como me sinto depois de ler todos os manhwas, diria que meu sofrimento multiplicou em noventa e nove vezes. Mas há algo bom sobre isso.” Ele sorriu com doçura. “Eu sentia como se fosse o único em desvantagem, mas agora eu também conheço os seus sentimentos por mim. Então é melhor não dizer coisas que não quer, enquanto tenta ser reservada.” Provocou, fazendo-a corar.

Eu te amo, Oh Yeon Joo. — o homem declarou com o palmo acima da mão da esposa, sorrindo em direção a ela. 

Eu também te amo, Kang Cheol. 

Ela sorriu. Sentia um bem estar enorme.

O mais velho tocou-lhe a face e, sem pressa, inclinou-se diante da esposa. Fecharam os olhos e então beijaram-se apaixonadamente, como se naquele mundo só eles existissem.

A boca de Kang Cheol abriu sobre os lábios de Yeon Joo e, de forma lenta e sensual, percorreu a cavidade interna de sua boca, fazendo a mulher gemer enquanto puxava os fios de sua nuca e trazia-o em direção a si.

Aos poucos acomodaram-se na cama, sem interromper o beijo. Yeon Joo sentiu as costas encostarem-se no colchão, ao passo em que sentia as mãos de seu marido afundarem em cada lado de sua cabeça. 

Eu te amo, Yeon Joo! Eu te amo! Eu te amo! — dizia ele, enquanto trilhava beijos pela área de seu pescoço e clavícula, fazendo-a arquejar abaixo de si.

Sentia que estava sempre em desvantagem em relação à companheira que, diferentemente dele, havia confessado seu amor por ele muito antes de que ele próprio compreendesse que também a amava. Sua primeira declaração explícita havia sido tardia, de modo que tentava compensá-la dizendo aquelas palavras ao máximo. Em momentos íntimos como aquele, demonstrava aquele sentimento com seu corpo, amando-a com toda a sua paixão.

E se fosse perguntado a ele quando começou a amá-la, diria que foi logo no começo, assim que a viu. E seu amor dali em diante alcançou dimensões absurdas. A amou quando ela foi visitá-lo no hospital e o salvara novamente; Quando deixou-o sem reação no meio da loja de roupas, assim que havia sido esbofeteado e logo seguida teve os lábios dela prensados aos seus; Quando ela dizia que o amava, sem qualquer explicação lógica ou contexto para tal; Quando ela teve a inusitada ideia de expor seu corpo seminu; Quando ela ficava nervosa e gaguejava ante às suas provocações; Quando ela escolheu não ignorá-lo e redesenhou-o novamente, salvando-o do destino de passar o resto da vida mergulhado na água do Rio Han; Quando brigaram na delegacia e ela novamente se declarou, sinceramente apaixonada… Houveram incontáveis momentos que o fizeram amá-la. Enumerá-los era impossível.

Moveria céus e terra por Yeon Joo. Não temia nem mesmo a morte. Tudo o que temia era viver em um mundo em que ela não estivesse consigo.

Quando a viu aparecer em seu julgamento, sentiu uma felicidade e alívio indescritível. Já não se importava com a condenação que receberia, independentemente de qual fosse, porque no final das contas ela estava ali, por ele. Depois de esperá-la por mais de um ano, estava sendo capaz de vê-la novamente. Seu grande amor.

E enquanto era beijada e tocada com tanta devoção, Yeon Joo sentiu os olhos lacrimejarem. Tomou a liberdade de inverter as posições, fazendo o marido sorrir em expectativa ao vê-la mover-se tão sensualmente acima de seu corpo. Tão linda!

Ofegante, percorreu os olhos por todo ele, observando cada mínimo detalhe. O cabelo escuro e úmido que escorria pela testa, as íris que brilhavam com desejo em direção a si, a charmosa pintinha de cor preta que havia abaixo do olho direito, o elegante nariz, a boca rosada tão bem delineada e entreaberta.

Céus, ele era perfeito.

Yeon Joo beijou-o demoradamente na boca, descendo os lábios aos poucos, indo desde o saliente pomo-de-adão, até pairar acima do peitoral branquinho, ressaltado pelo roupão preto. Beijou e inalou o delicioso aroma contido ali, fazendo-o arrepiar e gemer arrastado.

Eu sempre preferi um conceito adulto, provocante e pouco convencional. — ela revelou pela primeira vez na vida, ao pé de seu ouvido.

— Sei disso. A opção 4 também é minha favorita. — ele respondeu rouco, com os olhos ardentes. — Sempre foi. — piscou o olho como bem era habituado a fazer quando flertava e sorriu.

E tão logo ele terminou de falar, voltou a ficar por cima. Tornaram a se beijar, desta vez com mais urgência, e a trocar carícias ousadas. A camisola e peças íntimas de Yeon Joo, bem como o roupão de Kang Cheol, não tardaram em ir de encontro ao chão.

Fizeram amor demoradamente, apaixonadamente. Como se todo o tempo do mundo ainda fosse pouco para os dois.

— Eu te amo, Yeon Joo. — ele murmurou, sentindo a respiração descompassada da esposa, que descansava a cabeça acima de seu peito também ofegante. Cobriu-os com um lençol, escondendo a própria nudez.

— Não mais do que eu. — ela sorriu, aconchegando-se nele ainda mais. 

Kang Cheol inclinou-se minimamente e depositou um beijo terno acima da testa de sua mulher. 

 Dormiram daquele jeito, abraçados um ao outro. 

 ♥ 더블유 ♥ 
 2 anos depois 

Hyung!! Vim assim que pude. Como está a noona? — disse um Soo Bong alarmado no meio do corredor hospitalar. Ofegava como se tivesse corrido uma maratona até chegar ali.

— Eu não sei. — respondeu Kang Cheol, sem disfarçar a aflição que sentia enquanto estava ali, sentado sobre uma cadeira de espera. — Ela entrou naquela maldita sala já faz mais de três horas. Ah! Por que está demorando tanto? — levantou-se impaciente, com ambas as mãos acima da cintura. — Por que eu saí de casa e a deixei sozinha? E se tiver acontecido algo com ela?

Tal assustadora hipótese logo fez com que suas pernas fraquejassem como gelatina, obrigando-o a se sentar novamente. Toda aquela impotência e sentimento de culpa acabava consigo.

— A noona é uma mulher forte, hyung!! Tenho certeza de que ela está bem. — o geek tentou ser positivo, embora no fundo, temesse pelo bem estar da amiga. Kang Cheol sorriu fraco, agradecido pelo esforço de Soo Bong em manter-lhe calmo.

De forma inesperada, um choro de bebê irrompeu ao longe, fazendo com que o rapaz levantasse num pulo ao ver uma enfermeira sorridente recém-saída da sala caminhar em sua direção.

— Parabéns, papai! — ela declarou. 

A moça nem ao menos conseguiu dizer algo mais, pois ambos os rapazes correram em disparada rumo ao quarto hospitalar, onde encontraram uma Yeon Joo deitada sobre a cama com um lindo bebê nos braços, enquanto sua mãe Gil Soo Sun e algumas enfermeiras estavam em pé ao seu lado.

— Noona!! — exclamou Soo Bong, desfazendo-se em lágrimas enquanto corria até ela.

— Oh, Você veio!! — ela sorriu com bom humor, embora fosse evidente o quão exausta estava.

— Mas é claro que eu viria. Eu e o hyung estávamos bastante preocupados. — disse enquanto posicionava-se ao lado da mãe de Yeon Joo e apreciava o bebê choroso nos braços da amiga. — Aigoo! Ela é a cara do pai!! — afirmou completamente derretido, recebendo o apoio das outras mulheres ali presentes, que concordavam com o que dissera. Com as costas dos dedos transpassou a armação dos óculos sem lentes, de uso meramente decorativo, e enxugou os olhos.

Yeon Joo sorriu, cheia de orgulho. Direcionou o olhar amável em direção ao marido, este que naquele momento estava com os olhos lacrimejando, parado próximo à cama.

— Meu amor, eu fiquei tão preocupado. — murmurou ele, cheio de aflição e alívio, caminhando até a esposa. — Tive tanto medo que acontecesse algo com você e com o bebê. — inclinou-se e beijou-lhe o topo da cabeça.

Havia saído de casa para resolver questões de trabalho. Havia a deixado sozinha por apenas trinta minutos. Nunca imaginaria que dentro do carro, receberia uma ligação de sua esposa, que disse-lhe que o bebê decidira nascer semanas antes do previsto.

— Nós duas estamos bem. — ela garantiu, exibindo um sorriso afetuoso em direção à bebê. Em seguida, encarou novamente o marido, que mal conseguia conter as lágrimas de emoção. — Quer segurá-la?

Aquela pergunta o fez prender o ar. Ele exitou um pouco por ter medo de machucá-la, mas logo aceitou, pegando-a cuidadosamente com base nas instruções dadas pela enfermeira ali presente.

A pequenininha ainda chorava quando a pegou em seus braços, e a acalentou.

Shhh! Papai está aqui, meu anjo. — as palavras saíram cheias de amor, evidenciando o quão encantado estava. A bebê pareceu acalmar um pouco ao ouvi-lo, fazendo com que um sorriso orgulhoso brotasse no rosto dos ali presentes.

— Ela realmente é igualzinha a você. — Yeon Joo comentou, cheia de afeto.

O rapaz sorriu ante aquela afirmativa, apreciando a pequena criaturinha que segurava, envolta por uma toalha. As lágrimas passaram a escorrer pelos seus olhos vendo cada pequeno detalhe ao qual compunha aquele rostinho angelical.

Os ralos fios de cabelo estavam ainda úmidos, bem como toda ela, que ainda emitia um choro fraquinho. O pequenino nariz estava tão corado quanto o resto da face. Os lábios eram rosados, tão bem delineados quanto os dele, constatou, alargando o sorriso. Os pequenos dedinhos das mãos faziam movimentos fraquinhos, como se tentassem descobrir o que havia ao seu redor.

E ali, naquele quarto de hospital, Kang Cheol entendeu naqueles poucos segundos que aquele era o momento mais feliz de sua vida. Ter aquele bebê em seus braços, fruto do amor de sua esposa e dele, o fez se sentir tão preenchido quanto jamais havia se sentido. Estava apaixonado novamente por sua esposa, e apaixonado por aquela menininha que mal havia posto em seus braços, mas que já sabia que não conseguiria mais viver sem.

— Ela agora precisa mamar. — a enfermeira interviu, sabendo a importância que era o bebê ser amamentado pela primeira vez.

Calmamente ele devolveu a criança aos braços da mãe, que a aguardava com um sorriso de satisfação. A avó, que presenciava a tudo bastante feliz e emotiva, entregou um pequeno lenço à filha, para que tivesse privacidade na hora de expor o seio.

— Já decidiram qual será o nome dela? — a enfermeira perguntou simpaticamente, enquanto Yeon Joo apreciava o primeiro contato com a recém-nascida.

Kang Mi-Ho. — ambos responderam em uníssono, completamente imersos em observar a filha.

Mi-Ho… Aquele era o nome da falecida mãe de Kang Cheol, e o haviam escolhido em homenagem a ela. De origem japonesa, possuía inúmeros significados, dentre eles estavam beleza e cuidado. Características as quais sabiam que a pequena iria herdar.

Depois de algum tempo, os colegas de trabalho de Yeon Joo vieram um a um ver como ela estava. Kang Suk Beom, seu amigo do departamento cardiotorácico, não ficou muito tempo, pois logo seu intervalo acabaria, mas foi o suficiente para conhecer a recém-nascida e constatar que Yeon Joo estava bem. Todos haviam se preocupado, até mesmo seu chefe pedante, anti-fã número um de W, Park Min Soo, decidiu vê-la e dar suas sinceras felicitações.

E, sem sombra de dúvidas, aquela criança iria crescer cercada de carinho e afeto de seus pais.

♥ 더블유 ♥ 
3 meses depois 

A noite já havia caído, e com ela veio uma calmaria típica do horário. Quando Mi Ho havia acabado de ser amamentada pela mãe, Kang Cheol a colocou em seu berço, localizado no mesmo quarto que o de sua esposa e dele. Sabia que aquela paz e silêncio duraria apenas três horas, pois depois desse tempo ela voltaria a chorar, no entanto estava infinitamente feliz com a paternidade e não via problemas em ser acordado pela filha, nem muito menos em exercer seus deveres como pai e lhe dar ele mesmo a mamadeira. A cada dia ela estava maior e aquilo o enchia de orgulho.

Em pé, de frente para o enorme berço, o jovem pai a assistia dormir. Trajada com um pijaminha amarelo e coberta por um pequeno cobertor, Mi Ho respirava profundamente. Era adorável.

O pai, já cansado de estar há tantos minutos em pé, seguiu rumo à cama, na qual sua esposa jazia deitada. Supôs que estivesse dormindo, mas assim que deitou-se ela abriu os olhos.

Ele então reclinou-se e deu um beijo terno no topo da cabeça. 

— Descanse, você está exausta. — murmurou baixinho, acariciando-lhe os cabelos.

— Você também trabalhou o dia todo. — respondeu ela em mesmo tom.

Desde que chegara no mundo de Yeon Joo, Kang Cheol precisou se adaptar à realidade daquele universo. Como não possuía quaisquer documentos que comprovassem sua origem e cidadania, ele e a esposa recorreram à justiça para que os conseguissem. Tudo havia sido uma burocracia gigante. Não gostava de mentir, mas naquela situação havia sido necessário fazê-lo — a criatividade que tinham em formular histórias convincentes era sobrehumana. Após incontáveis meses conseguira estabelecer-se como um cidadão sul-coreano, e com isso pôde finalmente realizar um exame de conclusão que valeria como todo o seu ensino fundamental e médio ausente. Com um certificado em mãos decidiu então realizar um curso superior, almejando um dia se tornar um promotor de justiça para combater a criminalidade de maneira honrada e honesta. Mesmo que soubesse possuir uma inteligência e intuição muito acima da média, reconhecia que ainda tinha um longo caminho pela frente, principalmente quando a esposa anunciou a gravidez não prevista. Contudo, já não se importava mais com aquilo. Acreditava estar vivendo a melhor fase de sua vida, e aquilo impulsionava-lhe de tal modo que não via problemas em relação ao quão atrasado estava em relação a outras pessoas da mesma idade que si. Havia decidido viver o presente da melhor forma possível, sendo um bom marido, pai e também homem.

— É, tem razão. — ele sorriu, aconchegando-se na cama e trazendo-a para junto de si. — Nós dois merecemos descansar.

Ela sorriu, abraçada contra o peito dele.

— Eu amo você. — ele murmurou.

— Sim, eu sei. Também amo você. — beijou-o na altura do coração.

Estavam cansados e não tinham muito o que conversar. Preferiram aproveitar a companhia silenciosa um do outro, caindo num sono profundo em poucos minutos.

Para Yeon Joo, Kan Cheol era o homem de sua vida. Aquele que um dia salvou e estaria disposta a salvar quantas vezes fosse. Aquele a quem estava destinada a amar e dar-lhe um final feliz.

E para Kang Cheol, Yeon Joo era, e sempre seria, a chave de sua vida. Aquela que disse-lhe a razão de sua existência. Aquela que presenteou-o com uma família



E ambos estariam ali, um para o outro, vivendo felizes como o casal ao qual decidiram ser.






DICIONÁRIO:
Komawo¹ = Obrigado(a).


Fiquei imensamente feliz enquanto escrevia essa oneshot. Quando decidi reassistir a W pela segunda vez, já sabia que iria escrever uma continuação de como estaria a vida do Kang Cheol e da Yeon Joo. A química que os atores tiveram juntos foi muito inspiradora e marcante pra mim, e muitas vezes me vi chorando enquanto assistia o drama e enquanto eu mesma escrevia essa oneshot.
Espero de verdade que você que esteja lendo isso, também tenha apreciado.♥

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