12/11/2020

A Dinâmica Familiar de Kim Taehyung

Atualização: Março de 2023. 
As Peripécias de um Marido e Pai inicialmente era uma oneshot chamada Os Amores de Kim Taehyung, que eu procrastinei por mais de dois anos (por volta de 2018 até 2020) até finalmente terminar de escrever e publicar aqui ~uma vergonha~~. O enredo era exatamente o que este aqui é: uma comédia familiar de um cara de autoestima descomunal, apaixonadérrimo pela esposa e pai de uma menininha peralta e encantadora. Eu sequer havia pensado em um nome pra esposa do Taehyung. Era pra ser algo curto mesmo.
No entanto, recentemente, quando reli a ficção, me vi tão encantada pela dinâmica da família do Tae não aguentei: decidi estender a estória. Criei um afeto verdadeiro por eles e quero me divertir mais com essa família louca, e com esse cara que tem uma imaginação e personalidade tão parecida com a minha.Talvez, agora que eu estou com mais tempo livre, consiga atualizar o blog com maior frequência. Não faço a menor ideia de quantos capítulos terá, mas se alcançar ao menos cinco, ficarei feliz. <333

Boa leitura !

“A Dinâmica Familiar de Kim Taehyung”
As Peripécias de um Marido e Pai 

───♡─────────────

Aqui estou eu, às 7h45min, mergulhado na pequena padaria próxima de casa. Não é a minha primeira opção de lugar pra estar logo cedo, mas como eu e minha esposa pregamos por igualitarismo conjugal, resolvemos dividir as tarefas domésticas. Hoje a responsabilidade de trazer o banquete matinal é toda minha.

Eu poderia citar o bolo de aveia, banana, canela, mel e passas que eu tentei — veja bem, eu TENTEI — fazer na madrugada desta terça-feira, quando eu havia encontrado o antigo livro de receitas da vovó Kim escondido em uma estante empoeirada por séculos. Era uma receitinha razoavelmente simples, e que aparentemente não tinha chances de dar errado. Segui as instruções à risca e fiz tudo certo, coloquei a massa numa forma própria pra bolos e liguei o forno.

Você deve estar se perguntando o que deu errado, não é mesmo? Veja bem, eu sou um homem de família, um bravo guerreiro que trabalha duro e rala pra sustentar seu clã, então é óbvio que eu estava morrendo de sono — afinal, eu tinha tido a extrema coragem de me levantar durante às três da madrugada pra fazer o tal bolo — e de cansaço. Dormir um pouquinho não me pareceu ser uma má opção, inclusive, eu estava tão necessitado de um bom e revigorante sono, que eu tive até mesmo alucinações. Eu ouvi a minha cama chamar por mim, implorando desesperadamente pra que eu me deitasse nela!

Como eu poderia ser tão rude com ela? Minha amada king size com molas ensacadas e plumas, que custou-me o olho da cara e um rim, necessitava de mim! Ela que sempre me proporciona momentos tão íntimos, agradáveis e… quentes com a minha mulher.

Ah, e falando na minha tigresa, ela tava lá, dormindo toda encolhidinha e em posição de conchinha na nossa cama. Você tem ideia do quanto essa imagem consegue afetar um homem? Cara, ela é simplesmente… irresistível!

“Qual é, dormir juntinho dela só por cinco minutinhos não será problema.” uma versão bem mais sedutora da voz que habita em minha mente falou e me convenceu. 

 — Ah, o que de ruim pode ocorrer? — questionei em voz baixa enquanto cuidadosamente eu me deitava no colchão e me cobria com o edredom.

Não resistindo ao delicioso aroma de colônia pós-banho que vinha do corpo da minha esposa, me aninhei ao seu lado e abracei sua cintura, enquanto mantinha o nariz em sua nuca, inalando a sutil fragrância de shampoo que vinha de seu cabelo.

É, eu dormi desse maravilhoso modo.

Cochilei tranquilo, ao som de uma musiquinha de ninar imaginária, como se não houvesse amanhã, enquanto o bolo estava no forno assando.

Agora vem a parte triste da história, o infeliz modo o qual eu acordei, ou melhor dizendo, fui acordado.

Senti como se eu tivesse despertado de um sono milenar ao ouvir os gritos desesperados da minha mulher, que me sacudia loucamente pelos ombros, dizendo que estava ocorrendo um incêndio em casa. E naquele momento o nervosismo me dominou. Quando eu ouvi aquilo a primeira coisa que me veio à mente foi o bolo, a porcaria do bolo! Eu tinha esquecido do bolo! Que merda! Me amaldiçoei internamente enquanto eu me levantava que nem louco da cama, calçava desesperadamente as minhas pantufas de leão de pelúcia — foi um presente… — e saía do meu quarto na velocidade do Flash. Por pouco eu não caí enquanto descia a escada e ia em direção à cozinha.

Quando eu cheguei na cozinha, a primeira coisa que meus olhos viram foi fumaça. Fumaça preta. Fumaça que vinha do fogão. Oh, droga! Em meio a uma crise de tosses maior do que a de um tuberculoso, eu peguei minhas luvas de culinária e em sequência abri o fogão. Pra variar, mais fumaça saiu. Sem me importar muito com o cheiro desagradável ao qual meu cabelo ficaria, tentei driblar um pouco a fumaceira que saía do forno enquanto, em meio a tosses, tirei a forma de dentro do fogão e a coloquei sobre o mármore da pia.

Sentia meus olhos lacrimejarem e minha garganta doer. Abri as janelas e fiz o ar puro circular na área. Após recuperar um pouco a minha respiração, direcionei meu olhar pro que deveria ser o meu bolo. Tudo o que vi foi uma massa tão preta quanto carvão, e tão deformada que mais se parecia com um experimento científico radioativo e defeituoso. Não vou mentir, quando vi aquilo, quando vi o bolinho que tanto havia me esforçado pra fazer, naquele estado desgraçado e calamitoso, senti vontade de chorar. Extravasar minha frustração por ter tido a capacidade de estragar uma das receitas mais fáceis já desenvolvidas na face da terra. Minha autoestima estava mais baixa do que o estoque de farinha na minha cozinha.

No final, a minha mulher apareceu como um furacão na porta da cozinha. Usava apenas um babydoll florido enquanto o cabelo estava solto e completamente assanhado. Ela tava realmente — um trapo — uma gracinha! mas eu não pude achá-la uma gracinha por muito tempo, pois quando ela percebeu que o “incêndio” não era incêndio coisa nenhuma, e sim apenas algo que eu tinha irresponsavelmente esquecido no forno, tudo que vi foi uma mulher extremamente raivosa com seu maridinho querido.

Eu sabia que estava em maus lençóis quando ela começou a me xingar até a quinta geração da minha família. Tentei me desculpar, mas ela continuava falando sem parar, como se eu fosse um criminoso perigoso. Senti como se estivesse sendo interrogado pelo FBI.

No final, tive que aceitar minha responsabilidade e limpar o forno. Mas antes de fazer isso, eu joguei o bolo enegrecido na lixeira, com a esperança de que ninguém nunca mais encontrasse aquela massa desgraçada.

Lição que, de agora em diante, levarei pra sempre comigo: Jamais devemos nos ausentar quando colocarmos algo no fogão! Mesmo que estejamos com sono ou interessados em fazer outra coisa. Devemos sempre ficar por perto e analisarmos como está a comida. Caso contrário, você pode se surpreender com um mini incêndio vindo de seu fogão e com uma mulher desesperada.

Bem, agora que já contei meu triste e vergonhoso início de manhã neste feriado, voltemos ao início. Agora cá estou eu, ainda vestido com meu avental de culinária, neste ambiente levemente movimentado e com forte cheiro de açúcar, café e pão recém saído do forno. Um som suave e agradável de música preenche o local. Vozes e risadas de clientes animados se misturam com o ruído de máquinas de café e o zumbido do forno elétrico que trabalha a todo vapor para produzir deliciosos pães e bolos frescos.

Em uma das mãos eu seguro uma sacola com coisas que já decidi levar e servir como café-da-manhã, e, para fechar com chave de ouro, em meu braço de super-papai fortão eu carrego a minha filhote de apenas três aninhos.

Ah sim, quando a minha mulher fez aquele tremendo escândalo, capaz de acordar as duas Coreias, a pequena Kim acordou — pois é, a minha bebezinha foi acordada desse péssimo modo. Eu reconheço, em grande parte foi por culpa minha. Acreditem, até agora eu tô bem mal por conta disso.

Eu realmente não queria levar a Yura comigo, por acreditar que ela gostaria de voltar a dormir, no entanto, foi ela própria que me pediu pra vir. Ela disse que gosta de sair comigo, e que, além disso, ela havia perdido o sono — os motivos vocês já conhecem bem.

Segurando-a cuidadoso e firmemente em meu braço, ando pelos corredores do mercado como se estivesse em uma missão impossível, escolhendo tudo o que é necessário para alimentar minha família de leoas famintas. Elas são insaciáveis, eu te digo! Mas eu as amo mesmo assim.

Paramos em frente à vitrine mais desejada da padaria. É como uma tela em branco pronta para ser preenchida com todas as cores, sabores e texturas que a imaginação permitir. Apenas olhar para aquela vitrine já é suficiente para me deixar com água na boca e fazer meu estômago rugir como um leão faminto.

Aqui, diante dos meus olhos, está a verdadeira definição de paraíso na terra, um lugar onde todos os sonhos de guloseimas se tornam realidade. Bolos fofinhos, baguetes crocantes, pãezinhos de queijo, salgados de todos os tipos e doces que mais parecem obras de arte. É como se a vitrine fosse uma porta para outra dimensão, onde tudo é possível, até mesmo queimar calorias enquanto se devora um bolo de chocolate.

— Papai, eu quelu! — direciono o meu olhar pra criaturinha linda e fofa que está comigo. A pequena mãozinha de dedos curtinhos aponta em direção à vitrine, especificamente para um monte de pães doces repletos de açúcar de confeiteiro, coco ralado, creme de maisena e geleia de frutas vermelhas que seduzem tanto a ela quanto eu.

— Yura, você sabe que sua mãe não gosta que você coma esse tipo de coisa logo cedo pela manhã — tentando dar um bom exemplo, faço uma expressão repreensiva em meus lábios enquanto observo os olhinhos redondinhos e pretos da minha filha. — Não é saudável.

Tento parecer firme, embora a tentação seja forte. Se eu pudesse, comeria um desses pães gigantes de açúcar todos os dias sem sentir um pingo de culpa. É como se a vitrine tivesse poderes mágicos, capazes de hipnotizar adultos e crianças com seus aromas tentadores e cores vibrantes.

— Ela não plecisa sabe, papai! Azente esconde isso dela e fica tudo bem — vejo um sorrisinho sapeca se formar em sua boquinha, ao terminar a frase que fala com tanta naturalidade que chega a ser cômico.

Sinto minha boca se abrir em um perfeito O em sinal de espanto. Essa pequena criatura está me propondo omitir algo da própria mãe! Eu realmente não deveria estar achando isso tão engraçadinho e bonitinho como estou neste exato momento. O meu bebê está querendo enganar a mãe! Céus, o meu anjinho está maquinando coisas erradas! Tô emocionado!

Eu, Taehyung, sou um fisioterapeuta gostoso e irresistível, casado há cinco anos com a minha amada esposa Polly, uma dentista de tirar o fôlego. Nós nos conhecemos ainda na época da escola e, desde então, eu sou completamente apaixonado por ela. Mas, olha, ela também é beeeeem apaixonada por mim, viu? Toda noite ela faz questão de me lembrar disso, hehehe.

Acontece que, como dentista, minha esposa é super rigorosa em relação aos dentes da nossa filhinha, a Yura. Ela tenta impedir que a pequena coma doces, mas, se você conhece alguma mãe com coração de manteiga, sabe que não dá pra resistir aos olhares de cachorrinho abandonado que a Yura nos lança. Aí já viu, né? O desfecho é sempre o mesmo: a nossa pequena devora tudo o que tem direito e a minha esposa fica de cabelo em pé, com medo dos danos que os açúcares podem causar nos dentes da nossa filha. Mas, olha, eu sou fisioterapeuta, então eu também entendo a importância de cuidar da saúde, seja ela dos dentes ou dos músculos!

— Que coisa horrível, filha! Nós não podemos esconder nada da sua mãe. Até porque, depois ela descobre e fica brava com a gente — forço uma cara de papai durão e zangado com sua proposta indecente, no entanto, eu sei que estou fracassando, pois sou incapaz de disfarçar o tom de divertimento em minha voz e evitar o sorriso de “pai bobão encantado com a astúcia da própria filha” que está na minha boca.

— Você antes ela mais legal comigo, papai — Yura faz uma carinha emburrada e cruza os bracinhos curtos em frente ao corpinho também pequeno.

Eu juro, juro mesmo, que estou me contendo pra não dar o braço a torcer, fazer o que ela quer e apertar fortemente as suas bochechas gordinhas.

Sou um pai com autoridade! Não posso fazer tudo o que essa coisinha linda, redonda e fofa quer! Preciso ignorar o seu beicinho irritado nos lábios e… Ah não! Esse olhar eu não aguento!

“Ah não, Kim Taehyung! Nananinanão! Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva! Tire esses pensamentos da cabeça! Você não vai se deixar levar por esses olhinhos brilhantes e lindos! Taehyung, obedeça seu cérebro! Cara, você tem demência!? Taehyung, tire esse sorriso de pai bobo!! TAEHYUNG! VOCÊ É SURDO?! AH, QUER SABER? DESISTO!”

Eu me pego olhando para os pães doces como se estivesse diante de um quadro de arte abstrata. Tento me controlar para não cair em tentação, mas é difícil resistir. E quando olho para a minha filha, com aqueles olhinhos brilhantes e boquinha salivando, eu começo a fraquejar.

— Ah, o que eu não faço por você, hein pequena? — ignoro os xingamentos de meu cérebro revoltado. — Mas você precisa prometer que vai comer frutas e coisas saudáveis também, tá bom? — faço uma negociação com ela, tentando ao mesmo tempo ser um bom pai e não estragar a diversão dela.

Ela concorda com um aceno de cabeça bastante enérgico.

— Yura plomete!

Vou em direção à fila para ser atendido. Há apenas duas pessoas em minha frente. Posso ouvir o barulho de grãos de café sendo moídos na máquina. Não demora muito até chegar minha vez.

— Bom dia! — a mocinha de mais ou menos uns dezoito anos sorri simpaticamente pra mim e principalmente pra o projetinho de ser humano agarrado a mim que usa um pijaminha de urso panda.

Eu sei, eu sei, a minha filhinha é irresistivelmente fofa.

Tirem os olhos dela! Ela é minha!

— Bom dia! Eu vou querer seis unidades desses pães doces aí e…

Eu fico ali parado, embevecido, sonhando acordado com todas as delícias que poderia escolher. E aí meu cérebro começa a trabalhar em ritmo acelerado, tentando decidir o que levar. Um croissant de amêndoas ou um de chocolate? Uma fatia de bolo de cenoura com cobertura de cream cheese ou uma empada de palmito? As opções são tantas que a escolha parece impossível, mas eu sei que, no fim, qualquer uma será uma excelente escolha.

— Seis croissants de queijo e também um bolo de nozes — indico com o dedo e então sorrio.

— Uhum. Ok.

A moça sorri e logo trata de atender meu pedido. Põe os pães dentro de uma sacola de papel e em seguida a coloca sobre o balcão da vitrine.

Não demora até que Yura pegue a sacola e no mesmo instante abocanhe um pão doce.

— Ei, ei, ei, espera aí! — interrompo a mim mesmo antes de continuar a negociação. — Yura, você tem certeza que sua mãe não vai ficar brava quando souber que você está comendo sem lavar as mãos? — pergunto, tentando fazer a minha parte como pai responsável e exemplar.

Ela arregala bem os olhos e engole em seco, como se tivesse cometido um crime hediondo.

— Ah, não tem ploblema não! — responde a minha filhinha, ainda preocupada com a possível bronca que pode levar da mãe. — A zente fala que Yura quelia muitoooo lavar as mãos, mas não tinha água pra Yura lavar, e então… Yura tava com muita, muita fome, aí papai teve pena da Yura e deixou Yura comer com as mãos sujas.

Eu arregalo os olhos em espanto com a pilantragem da minha filha. Ela acabou de inventar uma desculpa melhor do que as que eu costumo usar no trabalho. Talvez eu devesse contratá-la como minha assistente pessoal.

A mocinha da padaria e a cliente logo atrás de mim se seguram para não rir da nossa conversa.

— Meu Deus, Yura! Você é muito esperta! — exclamo, orgulhoso da minha pequena filha. — Mas nunca coma sem lavar as mãos, ok? Temos que exterminar aqueles germes horrorosos com água e sabão pra não ficarmos dodóis.

Ela assente convicta, dando uma nova mordida em seu pão doce.

Pago por tudo o que comprei além dos pães: uma caixinha de suco de uva integral; um melão pequeno; meia dúzia de maçãs; um pacote de café e um leite de amêndoas.

— Obrigada. Tenham um bom dia — a atendente esboça um eye-smile em meio ao sorriso, entregando-me a sacola com minhas compras.

— Igualmente — sorrio.

Xau, xau — Yura acena.

Seguro minha filhinha com todo o meu amor paterno, mas isso me faz parecer um malabarista de circo tentando equilibrar uma bola de praia enquanto caminha. Finalmente consigo me ajeitar e sair do mercado.

O tempo não tá lá essas coisas, parece até que Zeus resolveu fazer uma pegadinha e está brincando de regar a rua com gotinhas de água. Só que eu não sou o Aquaman e não tô gostando nem um pouco de ficar todo molhado.

— Eu disse que amo você hoje, papai? — minha filha pergunta com um sorriso de orelha a orelha.

Sorrio feito bobo sem nem ao menos perceber, e logo desço meu olhar pra criaturinha abraçada contra o meu peito.

— Você só tá dizendo isso porque eu comprei os pães doces, não é? Sua bajuladorazinha — falo brincalhão.

Ela ri gostoso e eu acompanho. É uma sensação incrível fazer a minha filha feliz, mesmo que seja com um simples pão doce.

Neste exato momento, percebo que me tornei o tipo de pai que eu não queria: o idiota que ri e se encanta por qualquer coisinha que a filha faz.

Confesso que às vezes eu me pego pensando: “será que eu tô sendo um pai muito babão? Será que daqui a pouco eu vou estar usando roupa combinando com a dela e cantando músicas infantis na rua?”.

Só de imaginar isso, sinto uma vontade louca de sair correndo e me esconder debaixo da cama.

༺♥️༻

Queridaaaa, cheguei! — falo de maneira musical e alta enquanto entro em casa, ainda com Yura em meus braços, e fecho a porta.

Se você não escutou a frase com a voz do Dino de A Família Dinossauro, com aquela musiquinha de fundo, tenho pena de você.

— Mamãe, a zente chegou! — Yura grita enquanto eu a coloco no chão e em seguida vai correndo, toda espertinha e alegre, em direção à cozinha, sumindo de meu campo de visão.

— Ah, que bom que já voltaram — escuto a voz doce e bem humorada da minha mulher vindo da cozinha.

Com um sorriso curvando o canto de meus lábios, eu tiro os meus chinelos de usar na rua e os coloco no armário de calçados da sala, substituindo-os pelas minhas sandálias de usar em casa.

Caminhando relaxado, sigo em direção à cozinha. A porta está aberta, por isso tudo o que faço é entrar no ambiente, junto com as sacolas e colocá-las na mesa. A primeira coisa que reparo é na minha mulher de costas, enquanto lava os pratos. A segunda é Yura, que está fuçando a geladeira, como sempre. Ela tá naquela fase de querer ver em que momento a luz é apagada quando a porta é fechada; devagarinho ela vai fechando a porta na esperança de ver o bendito segundo em que tudo escurece, até novamente abri-la e repetir tudo novamente.

Quando eu era criança, aquela era a minha maior obsessão. Acho que minha filha herdou isso de mim. É aquele ditado: filha de Kim Taehyung, Kim Yura é.

— Do que está rindo, querido? — ouço a voz doce e aveludada da minha esposa, logo direcionando-lhe o olhar.

Céus, eu já disse o quão linda ela é? Ah, eu sou casado com um anjo… 

Minha mulher está com o rosto virado em minha direção, observando-me atentamente, enquanto suas mãos seguram um prato e uma esponja de lavar, esfregando-a sobre a peça de cerâmica. Seus lábios rosados curvam-se em um sorriso terno, exibindo os dentes longos e brancos que possui; perfeitos, sem qualquer mancha. Os olhos, por sua vez, chegam a desaparecer, de tão encolhidinhos que estão, formando duas pequenas e adoráveis meia luas.

É, definitivamente eu sou casado com um anjo.

— Eu recordei da minha infância ao ver a Yura — sorrio novamente ao observar a minha filhinha fechar a porta da geladeira e então ir acariciar o Fred, que está comendo ração no canto da cozinha. Ela agacha-se no chão e fica apenas passando a mão sobre os pelos daquela máquina de comer.

Não sei se eu já falei ou não, mas nós temos um gato. Kim Frederick Junior. Uma bola de pelos amarelos gigante e mal humorada que é a coisa mais preguiçosa do mundo. Ele adora tirar cochilos em cima dos móveis, principalmente no sofá, onde faz questão de esticar suas patas peludas e ocupar todo o espaço disponível. Se a minha esposa está sentada no sofá e ele decide deitar ao seu lado, ela simplesmente desiste do lugar e o deixa ficar ali, com a maior folga do mundo.

Mas, apesar de sua preguiça, o Fred é um gato bastante exigente quando se trata de sua comida. Acreditam que ele só come ração de uma marca específica e, se por acaso acabar, é capaz de ficar miando e reclamando até que alguém providencie mais? Olhem a audácia! Além disso, ele também é muito exigente com a limpeza de sua caixinha de areia, que precisa estar sempre impecável, ou ele se recusa a usá-la e vai procurar um lugar mais adequado — vulgo ralo do banheiro.

Mesmo com toda essa personalidade difícil, eu confesso que o Fred é um membro muito amado de nossa família. Minha esposa não consegue resistir àqueles olhos amarelos felpudos e sempre o enche de carinho e mimos. E, mesmo eu preferindo cachorros e animais exóticos, não posso negar que é muito bom ter um felino por perto, especialmente um tão fofo e mal humorado quanto o nosso Fred.

— Own! Você é um verdadeiro papai coruja, amor — minha mulher fala enquanto ri, provavelmente de minha expressão de pai orgulhoso.

É, eu realmente amo demais as duas mulheres que possuo.

— Deixa eu te ajudar a lavar a louça. Sozinha você irá demorar — caminho em sua direção, ficando ao seu lado na pia. Dobro as mangas da blusa até a altura de meus cotovelos e então, quando estou prestes a pegar uma esponja, escuto sua voz.

— Não precisa, amor. Não têm tantos pratos assim — fala de maneira meiga.

— Mas eu quero te ajudar — sorrio.

Posso até parecer um “baba ovo”, mas eu realmente amo ajudá-la no que precisa.

Meu pai, o grande guru dos casais, sempre me ensinou que o segredo para um casamento feliz é dividir as tarefas domésticas. Segundo ele, isso evita brigas desnecessárias e faz com que ambos os cônjuges se sintam valorizados. Claro que eu não levei a sério de início, afinal, quem gosta de lavar louça ou passar roupa? Mas, depois que minha esposa ameaçou me jogar para fora de casa se eu não ajudasse mais nas tarefas, comecei a colocar em prática os conselhos do velho sábio.

E não é que funcionou? Dividimos as tarefas de maneira justa e, agora, eu sou o rei do aspirador de pó e do banheiro limpo. Minha esposa, por sua vez, domina a arte da cozinha e da organização. Até o nosso gato, o Kim Frederick Junior, ajuda a sua maneira, colocando suas patinhas peludas para limpar a poeira.

É impressionante como os conselhos do meu pai funcionam. Sempre que temos uma discussão, eu me lembro do que ele disse: “Nunca vá dormir brigado”. E, com um pouco de jogo de cintura e muito diálogo, conseguimos resolver nossas diferenças. E agora, além de um marido exemplar, sou também um psicólogo de casais em potencial. Quem diria que o meu pai, o velho sábio, teria tanto conhecimento em assuntos amorosos?

— Está bem, então. Estenda as suas mãos.

E eu percebo que ela está feliz. Sorri encolhendo os olhos enquanto pega um par de luvas de borracha amarela que estavam postas sobre o mármore da pia.

E só agora eu reparo que as mãos de minha esposa estão cobertas por luvas de borracha azul.

— O que foi? — questiono sem entender a necessidade de se usar luvas.

— A água da torneira está bem gelada. Você ficará com frio se não colocar luvas. Além disso, o detergente resseca as mãos — ao vê-la terminar de explicar, sorrio ao compreender a preocupação que tem comigo. — Vem, passa suas mãos pra cá! — rio do modo fofo ao qual falou, e então as estendo. Com um pouco de dificuldade ela coloca a luva esquerda em minha mão, depois a direita. Ajeito um pouco pois ficou mal colocado. — Prontinho! — Ela sorri.

Eu já falei o quão adorável minha esposa é?

— Obrigado, meu bem.

༺♥️༻

Estou me sentindo um marido verdadeiramente útil. Um dono de casa exemplar que ajuda sua esposa nos afazeres domésticos, e o fato de eu usar desde cedo um avental de culinária com estampa de tigre, só contribui ainda mais para minha imagem de “invejável macho alfa”. Quem vê pensa que sou um chefe renomado — e depois racha a cara quando descobre o quão patético sou ao tentar fazer um simples mingau de arroz.

Eu nunca fui fã de tarefas domésticas, mas quando casei, tive que aprender na marra. Minha esposa é exigente e acha que tudo deve estar impecável. Se ela percebe uma poeirinha sequer, já vem com aquele olhar de repreensão. Então, decidi me dedicar às tarefas da casa e, quem diria, descobri um novo talento: arrumar a cama.

Sim, arrumar a cama! É incrível como essa atividade pode ser prazerosa. Eu coloco as almofadas no lugar certo, alinho os lençóis e deixo tudo perfeito. E é tão gratificante ver o resultado final, como se eu tivesse concluído uma missão impossível. 

Mas nem tudo são flores. Ainda preciso aprender a cozinhar. Uma vez, resolvi fazer uma lasanha para impressionar a minha esposa. Fui todo confiante, seguindo as instruções da receita, mas a lasanha ficou horrível. Tinha um gosto estranho, uma consistência esquisita. E minha esposa, que é sincera demais, me disse a verdade: “Amor, isso aqui parece uma sola de sapato”.

Tudo bem, admito que eu tenho muito a aprender na cozinha. Mas pelo menos eu me divirto lavando louças. É incrível como posso ser criativo com as esponjas e os detergentes. Consigo inventar inúmeros nomes para os pratos sujos, como “O prato da meleca”, “A travessa da pizza queimada” e “O copo da bebida com gosto estranho”.

Me entretenho desse jeito até que percebo que minha esposa está com a blusa molhada.

— Tua blusa tá molhada — digo com um sorriso malicioso, enquanto passo a esponja no prato.

— Quê? Onde? Em que local? — fala enquanto procura algum resquício de umidade na própria blusa. 

 Ahá! Ela caiu nessa! Hehehe! Otária...

Então eu aproveito o seu deslize e então, com minhas luvas, começo a salpicar água em todo o seu rosto, rindo do grito que ela dá quando percebe que foi feita de trouxa pela milionésima vez só hoje por Kim Taehyung; o rei das pegadinhas.

— Yah! Como você é chato, Taehyung! — e então minha linda esposa enxuga o rosto grosseiramente com o primeiro pano de prato que vê. Sua mão, tão pequena e delicada quanto uma pétala de rosa, vai em direção ao meu ombro, e então, sem aviso prévio, O ACERTA COM UM GOLPE TÃO FORTE QUE PARECE TER SIDO DADO PELO PRÓPRIO THOR.

Aperto fortemente meus olhos, respiro fundo e então conto até três.

Eu juro pra vocês que por pouco essa linda mulher não deslocou o meu ombro. Às vezes eu esqueço que ela é faixa preta em Judô, que possui a força de um lutador de Sumô, e que se quiser, pode acabar comigo com uma simples cotovelada.

— Ai! Isso doeu! Pra quê tanta agressividade, amorzinho? — minha voz sai ridiculamente aguda enquanto acaricio o meu ombro.

— Pensa que é o único que sabe ser agressivo e bater com força? — sorri sugestivamente e arqueia a sobrancelha. — Eu também sei, Taehyung… — com sua mão acaricia “cuidadosamente” o meu ombro, seguido pelas minhas costas, depois a desce vagarosamente até minha bunda, que por estar coberta pelo fino tecido de uma calça moletom, sente nitidamente o tapa, até forte, no local, me fazendo rir e ignorar (momentaneamente) a dor.

Ui! O que é isso, senhora Kim? Tão cedo pela manhã e já tá assanhadinha assim? Por que me olhas deste jeito tão libidinoso? Faz-me sentir como se estivesse nu! Sou um pedaço de carne? Como ousas apalpar minhas nádegas de tal modo? Isso é atentado ao pudor e… PODE CONTINUAR PORQUE SEU HOMEM GOSTA!

Hoje tem, meus amigos! Hoje tem!

Umedeço meus lábios com a língua, e discretamente aproximo minha boca de seu ouvido, cochichando de maneira rouca e provocativa a milímetros de distância:

— Pois saiba que eu tô doidinho pra ver essa sua agressividade hoje à noite — ao terminar de falar, escuto um riso anasalado escapar dela.

E, antes que eu volte a soltar mais uma gracinha, me interrompo de maneira abrupta, e um tanto assustada, quando percebo o fruto do ventre de minha esposa, aparecer de bracinhos cruzados e bochechas tão infladas quanto um esquilo com inúmeras nozes na boca, em nossa frente.

— Mamãe! O Fled é um gato malvado! — minha filhinha afirma com um rostinho emburrado; fofíssimo demais, vale ressaltar.

— Por que, meu bebê? O que ele fez? — minha esposa, toda linda e paciente, fala. Por Yura ser pequenininha ela precisa curvar a coluna e olhar pra baixo.

— Me alanhou

— O quê? Deixa o papai ver isso — falo preocupado e deixo de lavar os pratos. O Fred não é transmissor de doenças, já que a vacinação está em dia, mas é sempre bom tomar cuidado.

Me agacho no chão e fico de frente para Yura, vendo um, quase imperceptível, arranhão em seu braço. Definitivamente não há com que se preocupar, só preciso lavar bem o bracinho dela com água e sabão e fazer um curativo simples.

Ufa! Que bom!

— Como assim? O Fred é um gato bem dócil. Filha, você fez algo? — minha esposa pergunta enquanto agacha-se no chão para poder ver melhor o machucado no braço da nossa filha.

— Não. Só puxei o labo dele — responde como se não fosse grande coisa.

Eu sei que rir disso é errado e que o pobre gatinho deve ter sentido dor. Mas eu juro que não me aguentei. Minha anjinha é tão inocente…

— Ah, você machucou ele, meu amor. Não puxe mais o rabinho dele, ok? Você gostaria que alguém puxasse o seu cabelo? — minha esposa, após compreender a situação, segura ambas as mãozinhas de Yura, encarando-a enquanto explica que ela fez algo ruim.

— Não, polque quando puxa dói — responde enquanto pisca os olhinhos inocentemente.

— Pois é o mesmo que ocorre quando você puxa o rabo do gatinho. Dói bastante.

“E é o mesmo que ocorre quando você bate no seu maridinho, amor. Dói bastante, viu?”

— Entendi, mamãe — assente.

— Peça desculpas pro gatinho.

— Tá bom, mamãe — responde simples.

Sem cerimônia alguma, vejo Yura correndo em direção ao Fred, que pra variar, ainda está devorando sua ração como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo, o que em minha concepção, está longe de ser — quando eu era criança, fui desafiado a comer ração de gato após perder uma aposta, e posso afirmar que foi uma das coisas mais nojentas que já ousei colocar na boca.

— Desculpas, Fled. Não quelia te machucar — Yura passa a mão em seu pelo e volta a acariciá-lo desajeitadamente. Acho que ele perdoou já que está ronronando.

Awwn! Eu queria estar com uma câmera neste momento e registrar isso tudo em um vídeo, podendo enviar pra todos os grupos de família nos quais participo. Eu tô muito encantado aqui. Que coisinha mais linda do papai! Fui eu e minha esposa que fizemos! E olha que fizemos muito bem feito!

Olhem pra minha família e chorem de inveja, seus recalcados!

Com um sorriso idiota na boca eu falo:

— Vem, vamos lavar esse dodói e depois fazer um curativo nele, ok? — falo e então minha filhinha assente com a cabeça. — Querida, se importa? — observo minha esposa.

— É claro que não, Tae. De qualquer modo a louça já está prestes a acabar. Cuide da Yura — sorri.

— Uhum, ok. Vem, meu amor — digo no tempo em que inclino minha coluna e então pego minha bebê nos braços.

༺♥️༻

No final das contas eu não precisei fazer algo muito elaborado. Só lavei o bracinho da minha filha, passei uma pomada e depois coloquei um band-aid com figurinhas bonitinhas desenhadas, que ela adora. Ela ficou super empolgada com o curativo e foi se exibir para a mãe. Eu estava me sentindo o pai do ano, mesmo tendo feito tão pouco.

O café-da-manhã foi uma delícia, com pães doces macios e recheados com uma mistura de creme que fazia o meu paladar explodir de alegria. Já a minha esposa, entregou-se aos prazeres dos croissants de queijo. Comi tanto que achei que não conseguiria me mexer por uma semana inteira. E o melhor de tudo foi a conversa que tivemos em família, com ideias sendo trocadas e risadas sendo compartilhadas. Foi uma ótima maneira de começar o dia.

Depois de terminarmos a refeição, decidimos que faríamos uma sessão cinema em casa. Afinal, é feriado e temos todo o tempo do mundo para nos divertir juntos.

Pra quem não sabe, sessão cinema é basicamente um horário que nós reservamos pra assistir filmes juntos; é bem divertido e ajuda a fortalecer o vínculo familiar. Costumamos maratonar filmes até tarde da noite em meio ao escuro da sala, comendo muita pipoca e salgadinhos, e tomando suco — não somos habituados a comprar refrigerantes. Antigamente, quando a nossa Yura ainda não havia nascido, na maioria das vezes nós colocávamos uns filmes de terror pesadão, — e coloque pesadão nisso — no entanto, agora que ela existe, só colocamos filmes de classificação livre; Shrek e Bob esponja quase sempre vencem, com a Yura dando gritinhos de felicidade a cada cena engraçada.

Amendobobos? Ah, com certeza nós somos!

༺♥️༻

Agora são aproximadamente cinco da tarde e eu estou tentando organizar algumas coisas do meu trabalho para amanhã. Mas, como todo pai sabe, isso é mais fácil falar do que fazer. Yura está exigindo que eu brinque com ela. Eu poderia dizer “Meu amorzinho, o papai tá analisando uns documentos no momento”, mas sei que ela iria correndo pedir pra que a mãe brincasse com ela, e a minha esposa já está cansada demais pra isso.

E agora eu estou aqui, assistindo Masha e o Urso, junto a Yura, que insistiu pra que colocasse esse desenho pela milionésima vez só nesse dia. É definitivamente a animação favorita dela. Bem, embora eu prefira me organizar para amanhã, declaro que eu também amo as aventuras da Masha e que me divirto bastante, mas confesso que tenho pena do urso. Cadê os pais irresponsáveis daquela criança?! São cegos ou o quê pra não perceberem que a pestinha fugiu de casa?

É cada tipo de pai no mundo, viu? Hunf!

Ultimamente eu tenho assistido pouco a televisão, mas sinceramente, tudo o que sinto é frustração quando ouso ligá-la e ver a programação infantil. Na minha época, o que eu assistia era Dragon Ball e Saint Seiya, às vezes Sailor Moon ou qualquer outro anime que estivesse passando na tv, Scooby-doo e outros clássicos de Hanna-Barbera ou sucesso dos anos 80, fora os programas educacionais que falavam sobre curiosidades aleatórias, como por exemplo O Mundo de Beakman. Isso sim era felicidade, meus amigos! Eu lembro que eu voltava do colégio correndo só pra assistir as lutas do Goku, nem tirava o uniforme, apenas me jogava — imundo — no sofá e ligava a tv. Hoje em dia, me desculpem por expressar minha humilde opinião de modo tão sincero, mas a programação tá uma bosta! Uma tal de Peppa Pig e umas tais de Monster High que prefiro nem comentar. Fala sério, que infância mais chata! Essa geração jamais saberá o que Kim Taehyung viveu! Jamais entenderá o que é gastar toda a mesada em cartas de Yu-Gi-Oh e de Pokémon, e nem saberá o que é colecionar cartões telefônicos! É, talvez nunca saibam. E talvez eu esteja ficando velho rápido demais.

Bateu uma bad, né? Desculpem.

— O que vocês tão assistindo? — escuto a voz da minha mulher, e então direciono minha atenção à escada.

Imaginem uma deusa, com o rosto iluminado por uma luz mágica, e que enquanto desce os degraus, um coral de querubins canta anunciando a sua chegada. Essa é a minha gata!

— Masha. Quer assistir com a gente? — respondo simpaticamente enquanto a observo vir em direção ao sofá em que estamos sentados.

— Ah, mas eu fico com pena do urso. Ela cansa muito o coitadinho — ela diz, olhando de soslaio a tv, mas logo volta a olhar pra mim. — Enquanto vocês assistem ela, eu vou fazer uns lanchinhos pra gente — declara, arrancando um sorriso de mim e da nossa filha.

Discretamente, minha esposa gesticula pra mim, sem querer fazer a Yura se distrair do desenho. Eu a olho, e logo a escuto falar baixinho:

— Amor, mais tarde escolhe um filme divertido pra gente assistir — dá uma piscadinha rápida.

Em resumo: um filme que não seja Masha e o Urso.

— Uhum, tá certo — sorrio cúmplice.

Ela então sai da sala e vai em direção à cozinha, deixando eu e Yura novamente sozinhos, em companhia da Masha.

༺♥️༻

Eu realmente não sei como uma criaturinha de apenas três anos consegue ter uma personalidade tão forte. Acreditam que ela negou veementemente assistir qualquer outra coisa que não fosse Toy Store? A gente assistiu esse mesmo filme anteontem, mas quem disse que esse argumento funcionou com a Yura? Essa é osso duro de roer! Puxou o gênio da mãe! — embora eu precise ressaltar que em questão de aparência, 99,9% ela herdou do paizão aqui (mesmo com a mãe dela se iludindo, dizendo que os 99,9% foram dela). Minha filha é uma garota de sorte. — Fomos obrigados, literalmente, a assistir Toy Store, para, agora sim, nós, os pais, podermos assistir a algo de nossa escolha.

Só eu que acho que está havendo uma inversão de papéis aqui?

Em meio ao escurinho noturno da sala, minha esposa está toda aconchegadinha no sofá, enquanto sua cabeça está encostada em meu ombro e eu afago seu cabelo macio. Seria um clima até romântico para um casal, se a nossa filha e o gato não estivessem no meio entre nós dois, e se o filme que estivéssemos prestes a assistir, não fosse E.T.: O Extraterrestre. Eu queria assistir esse clássico dos anos 80 com a Yura já faz algum tempo, mas, aparentemente, ela prefere brinquedos falantes a um amigável extraterrestre.

— Que é isso? — Yura pergunta enquanto aponta para a tv, se referindo ao filme que mal começou.

— É um filme sobre um alienígena que faz amizade com um humano — minha mulher responde antes de mim.

— O que é um alegena? — os olhinhos redondos e curiosos se chocam com os da mãe, que a olha cheia de ternura.

— Um alienígena, — ela enfatiza bem a palavra. — é alguém que habita em outro planeta do universo. Não sabemos ao certo se alienígenas existem, mas é muito divertido ler e assistir histórias sobre eles.

— Mamãe, você acledita em alenegenas?

Em um gesto meramente simbólico e infantil, minha esposa coloca o dedo indicador no queixo e olha para o teto, fingindo pensar bastante.

— Não acredito com tanta intensidade quanto o seu pai acredita, — ela diz, apertando minimamente os olhos. — mas não descarto a possibilidade de haver sim vida fora da terra — seu olhar volta ao normal, e então sorri em direção a mim.

— Você acledita neles, papai? — minha filhinha pergunta ao virar o rostinho lindo pra mim.

— Ah, na nossa época de colegial, ele fazia parte de um clube de viciados em física e biologia que passavam horas falando sobre dinossauros e alienígenas — minha esposa expõe meu passado enquanto ri. — Ele até saía pela rua vestindo o uniforme do clube dos nerds.

— Bons tempos aqueles! — digo com todo o meu orgulho, esticando as minhas belas e torneadas pernas, e as cruzando relaxadamente sobre a mesinha de centro em frente ao sofá.

— Ainda bem que quando começamos a namorar, você já havia saído dessa fase — ela murmura com humor.

— Não teria se casado comigo caso eu ainda participasse do clubinho? — arqueio a sobrancelha em meio ao questionamento.

— É claro que teria — diz como se fosse óbvio. — Apesar de tudo, eu era a fim de você desde aqueles tempos. Você era um fofo! Sempre me ajudava com as tarefas do colégio. Não foi muito difícil me apaixonar por você — ela sorri de maneira adorável após confessar.

Ó, sentem isso, meus amigos? É o sabor da satisfação! A alegria em saber que sou verdadeiramente amado. Eu sempre soube que minha mulher é louquinha por mim, assim como eu sou por ela, mas é sempre bom relembrar isso pra inflar ainda mais o meu ego inabalável.

E eu poderia prolongar mais a nossa conversa, mas percebo que o filme já está se desenrolando, e se continuarmos a conversar, não assistiremos nada. Decido então apenas focar a minha atenção para a tv e assistir.

Yura franze a testa enquanto observa o alienígena ET na tela da TV.

— Ele é muito feio, né? — ela comenta, fazendo uma careta engraçada.

— Ah, mas ele é um alienígena, querida, eles têm aparências diferentes das nossas — explico pacientemente, enquanto acaricio a cabeça dela.

— Como eles são? — ela pergunta curiosa.

— Alguns têm olhos grandes, outros têm muitos braços, alguns são verdes... a imaginação é o limite! — minha esposa completa animada.

— Uau, Yura quer conhecer um! — Yura exclama com entusiasmo, e eu me pego imaginando como seria divertido apresentar minha filhinha a um ET real.

— Talvez um dia você conheça um, quem sabe? — eu digo, sorrindo para ela.

Enquanto assistimos ao filme, minha esposa e eu nos emocionamos com a amizade entre ET e Elliot, mas Yura parece mais interessada nos objetos alienígenas e tecnológicos que aparecem na tela.

— Papai, você já teve um telefone alienígena? — ela pergunta de repente, e eu quase engasgo com a pipoca.

— Infelizmente não, querida, mas seria bem legal, não é mesmo? — respondo, imaginando como seria um celular intergaláctico.

— Yura quer um! — ela insiste, e eu faço uma nota mental de procurar na internet se existe algum brinquedo desse tipo.

༺♥️༻

Sabe quando um filme te toca no fundo da alma? Quando você sente exatamente o que o personagem sente? Quando ele transcede as barreiras de uma simples produção cinematográfica, e se torna algo verdadeiramente memorável em nossa vida? E.T sem dúvidas marcou minha infância, assim como a da minha esposa — e milhões de pessoas no mundo. Na minha época, esse filme era tido como algo fantástico e inovador, que brincava com o imaginário de muitos e que revelava a criança sonhadora que havia em cada um de nós. Os anos se passaram, e mesmo já sendo um adulto, casado, e pai de uma linda garotinha, que agora acompanha o avanço da tecnologia e tudo mais, ainda assim, me emociono com esse filme.

Estou falando como um velho sentimental? Talvez. Mas não posso negar o quão nostálgico isso tudo é pra mim.

Dá até vontade de chorar…

Que foi? Eu sou um cara sensível! Nunca me envergonhei por causa disso.

Passo a mão sobre a cabeça de minha filhinha e começo a fazer carinho. Ela tava tão quietinha que eu já tava pensando que havia dormido, mas ela tá acordada, apenas concentrada demais no filme.

— Eu acho que ela tá gostando — sussurro próximo ao ouvido de minha esposa, e ela logo concorda. 

— Com toda certeza a Yura teve a quem puxar — ela puxa um sorrisinho de canto em direção a mim.

Ó sim, definitivamente Kim Yura herdou muitas características/virtudes de mim! Sou um pai hiper orgulhoso, não posso negar.

༺♥️༻

O filme chegou ao fim, e agora, tudo o que nos resta são os infinitos créditos finais rolando pela tela. Foi muito legal rever essa história pela milionésima vez, ainda mais, estando em companhia da minha família.

— Meu amor, você tá acordada? — minha esposa pergunta baixinho, temendo acordar nossa filha.

Yura prontamente balança a cabeça, sem tirar o olhar da tv. A voz fininha logo preenche o ambiente, dizendo em tom triste:

— Por que ele não ficou com o Elliot? — ela pergunta, com os olhinhos marejados.

— Porque ele precisava voltar para sua família, mas ele nunca esquecerá o Elliot, e o Elliot nunca esquecerá dele — minha esposa explica, dando um beijo na testa de Yura.

Ela parece assimilar o que a mãe disse.

— Mamãe! Eu quelo um E.T de verdade pla mim — e então ela vira a carinha em nossa direção, com o belo par de olhos redondos e pretinhos preso em nós, como se quisesse dizer “por favor?”.

Minha esposa me lança um olhar de esguelha, como se me pedisse ajuda urgentemente para fugir dessa situação desesperadora.

— Querida, depois nós conversamos sobre isso, ok? — eu tomo a vez e começo a falar. — Já tá tarde. Agora tá na hora do soninho.

Minha frase de pai enrolão é uma deixa para que minha esposa se levante do sofá, me fazendo levantar também e pegar nossa filha no braço.

— Dê um beijo de boa noite na mamãe — peço, aproximando Yura da bochecha da mãe. Numa mísera fração de cinco segundos, a boquinha encosta no local, fazendo uma mãe cheia de amores pra dar, encher-se de mais amor.

— Boa noite, meu amor — e minha esposa não se aguenta e enche o rostinho dela de beijos molhados e barulhentos, fazendo a nossa garotinha rir.

Tem coisa mais linda e fofa do que o amor de uma mãe? Meu coração não aguenta!

— Vamos pra cama? — pergunto para a menininha em meus braços, que prontamente balança a cabeça em um gesto de positividade.

Dou uma rápida piscada em direção à minha esposa, e logo vou em direção ao quartinho da minha filha colocá-la para dormir.

༺♥️༻

Entro no quarto da minha filha e sou instantaneamente transportado para um universo colorido e mágico. A decoração do ambiente é um espetáculo para os olhos, com cores vibrantes de verde, rosa e amarelo que se espalham por todos os cantos. Os tapetes felpudos parecem convidativos para um delicioso cochilo, enquanto os brinquedos coloridos jogados pelo chão lembram uma cena de parque de diversões.

Embora tenha sido um rombo no meu orçamento decorar todo o quarto da minha princesa, não tenho dúvidas de que valeu cada centavo. Minha esposa acertou em cheio quando escolheu Moomins como temática principal. Yura é apaixonada por eles desde que nasceu, e não foi à toa que amou tanto a decoração do quarto. Ela agora se sente como uma verdadeira princesa em seu próprio mundo mágico.

Com cuidado, começo a me locomover pelo quarto, pulando entre os brinquedos no chão. Um urso de pelúcia gigante me olha de cima do armário, enquanto um bando de patinhos amarelos boia na piscina de brinquedo. Sigo até a cama da minha princesa, empurrando um elefantinho de pelúcia que estava no meu caminho.

Cuidadosamente a coloco sobre o colchão e então a cubro com o lençol, que inclusive é repleto de pequenos desenhos dos Moomins.

— Papai — ela fala quase como um sussurro.

— Uh? O que foi? — pergunto carinhoso, enquanto afasto alguns fios da franjinha que pareciam incomodar quando batiam sobre os cílios dela.

— Eu quelo um amigo E.T. que nem o do filme.

E eu jurando que quando chegássemos no quarto esse assunto já teria sido encerrado…

— Filha, o E.T é apenas um personagem de um filme. Não encontramos eles por aí — falo um pouco sério, olhando-a nos olhos. — Somente no espaço sideral é que eles existem — aponto para o pequeno móbile cheio de mini pingentes dos planetas do sistema solar que se mexe no teto.

— Então quelo conhecer o espaço — ela afirma cheia de determinação; uma gracinha. — Uhm, então quer dizer que a minha filhinha quer ser astronauta? — digo desafiadoramente, intercalando num misto entre admiração e dúvida. Ela rapidamente balança a cabeça. — Vai ter que estudar bastante, hein!

— Eu vou, papai — ela sorri largo; idêntica a mim.

— Acho bom — sorrio enquanto aprecio o rostinho dela, com meus dedos acariciando os fios de seu cabelo. — Boa noite, meu amor — deposito um beijinho sobre a testa dela, sentindo seu cheirinho de bebê. — Papai te ama.

— Boa noite, papai — ela responde meiga, abraçada à boneca de pelúcia da Little My com quem ela dorme todas as noites. — Yura também te ama.

Com meu coração derretido como calda de açúcar, vejo um bocejo escapar pela boca de Yura, e percebo que ela não demorará muito para dormir. Rapidamente caminho em direção à porta e desligo o interruptor, fazendo os adesivos fluorescentes do teto brilharem no escuro. Observo minha filha uma última vez, e vendo que ela já está de olhos fechados, fecho a porta.

Que Deus te abençoe, meu amor. Durma com os anjos.

༺♥️༻

Caminho em direção ao meu quarto enquanto reflito sobre a minha vida. Não é o tipo de sentimento que a gente que é pai consiga descrever com exatidão, mas posso dizer que é algo fortíssimo. Saber que eu e minha esposa fomos os responsáveis por trazer esse pequeno anjinho pro mundo sempre me enche de alegria e orgulho. Sinto um misto de emoções, desde alegria até um pouco de medo e ansiedade, afinal, cuidar de um filho é uma grande responsabilidade. Ser pai me fez descobrir emoções até antes desconhecidas por mim. Me fez amadurecer — ou regridir minha idade mental em alguns momentos — ainda mais.

Imerso em minhas reflexões sobre casamento, paternidade e família, abro a porta diante de mim e então entro.

— Querida, já coloquei a Yura na ca-

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Nota de Kim Taehyung: Vamos ignorar a minha cara de boboca e nos concentrar na situação em questão, ok?

A frase a qual era queria dizer era razoavelmente simples, mas ela morre no meio do caminho porque, após meu cérebro captar o que meus olhos vêem, um característico som do alarme de incêndio o preenche por completo, enquanto que meu sangue carregado por hormônios e testosterona circula atônito por minhas veias.

Um tanto alarmado e eufórico internamente, eu tento controlar os ânimos, mas o fato é que todo o meu corpo reage diante a essa mulher. Ah, ela quer acabar comigo, só pode! Se bem que eu realmente não ficaria zangado caso ela esteja disposta a fazer isso.

“Teach me tiger how to kiss you
Wa wa wa wa wah
Show me tiger how to kiss you
Wa wa wa wa wah
Take my lips, they belong to you
But teach me first, teach me what to do”

Fecho a porta atrás de mim, ouvindo, em meus pensamentos, o refrão da música erótica e provocativa acima, que ecoa no meu imaginário corrompido, enquanto meus olhos hipnotizados detém-se em observar única e exclusivamente a deusa em minha frente, cujo poder de sedução para com a minha pessoa está em mais de 1000%.

Sei que nesse momento eu pareço um adolescente fogoso e com os hormônios à flor da pele, que fantasiou por muitos anos ter uma mulher gostosa diante de si, e que pela primeira vez na vida presencia uma mulher seminua. Mas vejam bem, fui pego desprevenido! Completamente desprevenido! Como poderia imaginar que ao abrir a porta eu a presenciaria vestindo uma lingerie semi transparente enquanto passava creme hidratante nas pernas?!

Depois de semanas vestindo apenas lingeries cor de pele — pior invenção da história da humanidade —, essa mulher decidiu me presentear com essa visão gloriosa!

Hold me tiger when I'm close to you
Wa wa wa wa wah
Help me tiger I don't know what to do
Wa wa wa wa wah
I know that you could love me too
But show me first, show me what to do
This is the first love, that I have ever known
What must I do to make you my very own?

Meus olhos vagam demoradamente por ela, analisando cada mínimo detalhe. Ela é como uma obra de arte, a qual eu não veria problema algum em passar horas a admirando e estudando.

Os longos fios de cabelo que caem pelos seios redondos e firmes sustentados pelo sutiã rendado… A cintura fina e delineada… As coxas que transmitem toda a suavidade de seu corpo feminino…

E ainda tem a calcinha! Microscópica e beirando a transparência.

Ela quer me matar!

— Que foi, amor? Parece que nunca me viu…

Ela fala com uma falsa inocência. Safada!

Continue assim.

— Polly do céu, você fica ótima de vermelho… — me pego mordendo os lábios com uma força que seria até dolorosa (se eu não estivesse excitado demais) enquanto desço meu olhar por seu corpo.

De maneira afoita ela caminha até mim, sem nunca perder o contato visual. Suas mãos invadem minha pele por debaixo blusa, espalmando o meu peitoral e fazendo carícias pela área.

Um arrepio ainda mais forte percorre meu corpo quando sua boca vai em direção ao meu ouvido, sussurrando em tom baixo e perigosamente sedutor:

— É tudo seu, Taehyung.

Pronto. Essa simples frase foi o suficiente pra transformar o meu fogo num verdadeiro incêndio.

De maneira possessiva enlanço os meus braços em sua cintura e a puxo pra mim, unindo os nossos lábios em um beijo do tipo “tirem as crianças da sala agora!!!”.

Em meio à nossa paixão desesperada, minha camisa é removida de meu corpo e jogada em um canto qualquer do quarto, me deixando apenas de bermuda. Minhas mãos acariciam suas costas e me sinto tentado a desatacar o fecho de seu sutiã, embora eu não o faça.

— Tae… — sua voz geme o meu nome ao sentir minha boca descer por seu pescoço e distribuir beijos pela área. — Espera um pouco… — empurra levemente o meu corpo e me afasta de si.

A necessidade de sentir novamente seu perfume e tatear sua pele é dolorosa. Estou frustrado.

Com a respiração tão desestabilizada quanto a dela, passo a mão em meus cabelos e respiro fundo.

— Fiz alguma coisa errada? — questiono preocupado.

— Não, não é isso — responde, ofegante.

— O que foi então?

— Vira de costas.

— Ãhn?

— Faz o que eu tô mandando — ela fala impaciente.

Eu confesso que estou um pouco ansioso — e um tanto, extremamente e completamente excitado. Não faço a menor ideia do que ela planeja fazer comigo.

Obedeço suas ordens e em questão de segundos, sinto meus pulsos serem unidos e envolvidos por algo metálico e frio. O característico som de “click” vem logo em seguida, acompanhado de um tapa em minha bunda — minha mulher nunca resiste.

— Algemas? — me divirto ao constatar o óbvio. — Não sabia que você curtia esse tipo de jogo.

Viro em direção a ela, recebendo o seu sorriso libertino em troca.

— Quis inovar um pouco — morde o lábio inferior, me observando maliciosamente dos pés até a cabeça. Me sinto nu. — Essa será a noite mais longa da sua vida, Taehyung.

Um sorriso escapa por mim e logo em seguida eu sou empurrado contra o colchão, caindo de costas nele. A mulher à minha frente me olha com luxúria, e acho que não estou muito diferente dela. Embora eu possa me comparar a uma ovelha indefesa, e ela a uma loba perigosa que a qualquer momento irá me comer inteirinho...

Só sei, meus amigos, que nem consigo raciocinar direito, pois logo em seguida minha esposa já está em cima de mim, atacando a minha boca em um beijo sensual, desesperado, desengonçado e muito, muito, muito recíproco.

Ó sim, definitivamente essa será uma longa e deliciosa noite.

Alerta: O conteúdo que virá a seguir será censurado, pois essa fanfic é de classificação [+16] e não [+18], portanto, nada de safadeza explícita!

Aos que leram até aqui, meus mais sinceros agradecimentos. Vocês são rochedo!

Então, se me derem licença, tenho negócios a tratar com a minha esposa hehehehe.

Tchau!

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